sábado, 26 de novembro de 2011















A parte do corpo masculino que mais me agrada anda meio desprezada. É um canto ao qual só quem ama tem acesso e apenas quem não tem medo de sua propiá vulnerabilidade usar.! Visível para qualquer um, mais que quase ninguém nota. Sexo não é a entrega máxima entre duas pessoas - se fosse, prostituição seria amor.! Intimidade não são dois corpos nus cansados depois do sexo, não é compartir dividas ou nomes nas contas-correntes. Tampocos usar a mesma escova de dentes. Não é traçar planos a longo prazo por que eles, a qualquer momento podem ser levados embora como árvores no vendaval (tão fortes na teoria, tão frágeis na pratica); não é saber de cor as respostas dos outros, deixar de usar pimentão porque ela num gosta, jamais tocar aquela musica que traz mal lembranças.! Isso é vida a dois, que pode (infelizmente) ser vivida por semidesconhecidos. A maior intimidade que um casal pode conquistar num requer nudez, gemidos, ou penumbra. Ela fica disponível, esperando ser requisitada, exatamente no lugar que mais me atrai na solidez corpórea de um homem.! Não me apaixonei muito na vida apesar de que as possibilidades de paixão terem sido fartas... mais foi só depois de terminarmos o ardor e o desespero que sempre vêm atrelados a esse sentimento difícil que compreendi o pôrque de ter me perdido em outras pessoas em tão poucas ocasiões: só eles, esses poucos amores, me deram o que sempre precisei , perceberam que minha maior necessidade num tem vínculo com elucubrações ou demostrações de saber. Só eles notaram ser essencial deixar essa pequena aréa sempre a disposição - quando os momentos dificies me alcançavam (ou os muito bons) era sempre no resguardo desse canto que eu repousava minha aparente força, chorava de alegria, abandonava os medos.! A maior entrega se faz quando me aninho mansamente no espaço macio entre o pescoço e o peito dele e apenas fico, sem necessidade de palavras.! Intimidade é o momento no qual silencio a mente (e o mundo) e repouso a cabeça na parte mais facinate e suave do corpo masculino: o ombro do homem que amo.!

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