segunda-feira, 18 de março de 2013

 - Porque é mais difícil do que parece, foi na minha infância e é a minha vida inteira. Sou eu cheia de traumas e me descabelando sempre, meio anormal e neurótica... É quando eu me pego sempre no meu autocontrole idiota, são as unhas roídas e eu me escondendo dentro da casca que eu criei de morada. E todos riem e fazem críticas de quanto sou desajeitada pra vida, pro amor, pro sexapio  Sou eu sempre nervosa derrubando a caixinha de fósforos que cai debaixo do fogão e eu ajoelhada catando um por um. Tenho um equilíbrio que não existe e que me faz sempre ser essa menina que nunca cresceu... Porque a vida toda eu criei a minha imagem que no fundo só me enlouqueceu. Minha mente arde e minha dor dói mais do que você vê. Acabei ficando boa nisso tudo de aparências e nada de encantos. Quero me encolher debaixo da minha muralha. Eu e a minha loucura e preocupação que tenho com tudo, da qual não me orgulho.  Eu vou ser daquelas velhas com mil gatos tremendo de medo quando alguém segurar a minha mão pra atravessar a rua. A minha paranoia e a minha infelicidade que se confundem com a minha tristeza e as minhas mil maneiras de querer cuidar de tudo e todos e proteger as crianças e proteger o amor que sinto e me proteger. E o meu medo da vida, de pegar sol, de prender o dedo na porta do carro e de perder a hora. E essa minha tristeza que um dia só quis pegar a sua mão que me fazia feliz por ser leve e me tirar o peso e a responsabilidade de ser eu. Eu séria, eu estática, eu chorona, eu dentro do meu quarto. Eu preciso de muita força e muita psicologia pra me sustentar em cima dos meus sapatos. E os meus olhos assustados e meu medo de estar ali e de sorrir nervosa, perdi a minha sensualidade e perdi as melhores coisas da minha idade. É difícil, mais difícil que parece. É triste ter que beber pra se sentir a vontade e ver o mundo girar de tanta vontade e o estômago embrulhar quando eu lembrar que vai passar. A frieza paranóica e essa minha agonia que poucos atraem me fez distante, desequilibrada e sempre preocupada...desde os palitinhos de fósforos, que se perderam debaixo do fogão, até o amor que eu tive, que nada mais me fazia do que provocar minhas mãos trêmulas, que ou te seguravam ou me mantinham em pé segurando a barra da escada que, se eu soltasse, ia me fazer rolar e vomitar todos os calmantes e esfolar os joelhos e quebrar a coluna... O vento soprando e eu segurando os cabelos loiros e finos que eu não quero que se assanhem. Tudo é problema: chuva, sol, emoções e o prédio que eu criei mofando e balançando, querendo desmoronar. Eu me desfiz dos quadros e das paredes, das cores e das fotos pra não tombar. Olhe pro meu medo e sorria... É fácil me criticar quando se tem a escolher a sobrevivência e você. Você não sabe o que é ter mentido tanto sobre si que acabou virando mentira. Você não sabe que a única coisa que flui naturalmente em mim são as lágrimas que saem costumeiramente e diariamente dos meus olhos e nem sabe o que é se segurar pra o buraco negro te sugar. Você não imagina o que é pular de um lado pro outro pra não cair dentro de algo chamado depressão. Parece tão fácil não é? Acredite, arder em febre e não sentir calafrios é como eu me sinto. É culpa por tudo, é desculpa por tudo, é nunca ter tudo. Eu me escondi e acredite: eu me esqueci e não sei mais onde me achar. São os meus mil cremes anti-rugas aos "22" anos e a minha nóia com o amanhã, que não me faz mover nem os dedos dos pés. Eu não quero ser sarada e nem loira demais e nem parecer bonita e nem parecer feia. Eu tenho medo de decepcionar todos e sempre acho que vou levar uma bronca, uma surra, uma tapa, um chute de alguém. Eu vivo com medo de ser espancada por besteiras e pela vida, nunca tomo nada demais e nem nada de menos pra não parecer, aparecer, perecer. Me mantenho numa frequência contínua e sem emoção que me faz ter vontade de me jogar no chão e quebrar todas as vidraças e quem sabe me cortar e quem sabe sangrar, mas isso ia causar dor a quem me arrodeia e eu nunca faria isso. Em que parte o meu amor ficou, ficou na parte do medo e do meu suor e de eu não querendo me entregar pra parecer sã, boa, santa, correta. Quando a gente usa corretivo demais a gente esquece onde ficou a caneta e não consegue mais escrever sequer um ditado de vogais pra nossa vida.!

segunda-feira, 11 de março de 2013

- Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser só seu. Eu voltei atrás.! Eu chorei, eu pedi desculpas, eu aguentei besteiras. Aguentei tudo.! Juntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo.! Um dia me amando como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia um desconhecido me pedindo pra tratá-lo como qualquer um, por favor. Você é meu personagem favorito. O dono de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. O dono da curvinha das minhas costas.! E eu tenho que dizer isso agora, só pra uma foto numa rede social. Porque você morreu na minha vida.! Você pediu demissão, seu cargo era o de presidente, era membro honorário do conselho, tinha tapete vermelho e eu me vestiria até de secretária se te agradasse.! E você pediu demissão, sem aviso prévio nem nada. Me diz agora?! Como viver bem!? Como sobreviver, sem essa ponta de angustia!? Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você.! Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais.!Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né!? Eu sei.! Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu.! Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, me domina.  
Tati Bernardi