domingo, 23 de outubro de 2011


"Que acaso e destino jamais se confundam, e que a gente continue com o dom bonito de acreditar que nossa história está escrita em algum canto do céu, nas estrelas. Que sonhar não se torne, em hipótese alguma, tolice. E o melhor: que nenhum sonho jamais seja proibido. Que os planos saiam do papel e nos surpreendam por serem ainda mais bonitos do que pareciam ser quando ocupavam espaço apenas dentro de nós. Que a falta de tempo nunca nos impeça de embrulhar os presentes com papel celofane ou fita de cetim, e muito menos de escrever um cartão. Que os papeis de carta saiam da gaveta e ganhem letras, redondas ou tortas, que façam sentido quando combinadas com o coração. Que o rosto da pessoa amada se torne miragem, não pela beleza do seu contorno, mas pelo quão verdadeiro é aquilo que a preenche. Que o encontro nunca deixe de ser a opção mais viável. Que o maior confronto nunca deixe de ser o olho no olho. Que o amor seja finalmente eleito como o caminho mais curto para a real felicidade. Que fazer pedido a uma estrela não seja rotulado como algo cafona. Que a gente goste daquilo que vê no espelho, e que não nos permitamos, em momento algum, tornar-nos escravos daquilo que gostaríamos de ver nesse espelho. Que os dias cinzentos sejam transformados em primavera. Que os risos, cada vez mais sinceros e espontâneos, sejam em alto e bom som, sem a menor timidez ou pudor. Aliás, que todo o pudor seja esquecido quando, em questão, estiver o amor verdadeiro. Que a gente caiba milimetricamente em um abraço, e que esse abraço nos sirva de esconderijo quando o que está lá fora parecer perigoso demais. Que olhar pra trás jamais nos envergonhe. Que o amor de cinema continue sendo, no fundo, o sonho de cada um. Que declarações sejam feitas sem rodeios. Que as verdades sejam ditas. E que a vida esteja cada vez mais perto da poesia, até que vida e poesia sejam, por fim, inseparáveis.! Amém." 

 Silvia Prata

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